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Acaso: Capítulo 01



   O alaranjado do céu confirmava  que mais um dia estava chegando  ao fim, carregando alguns livros em um dos braços e uma bolsa de falso couro a tiracolo ela passou feito furacão pela catraca que dá acesso a saída e entrada de estudantes, da Universidade Federal de Artes Visuais, sua camiseta branca, com detalhes tie dye, destacava  respingos de tinta, esmeralda, descendo em trilha desaparecendo próximo ao joelho do seu jeans, buzinas se misturavam com o vozerio e o calor de um final de tarde, olhou apreensiva o relógio, alargando os passos não queria chegar atrasada para qualquer que fosse o seu compromisso.


   Entre as outras pessoas na parada, disputava uma posição privilegiada para poder avistar qual ônibus se aproximava, não conseguiu ler direito, acabou sendo levada pela multidão para dentro do transporte, protegendo o rosto com a mão livre. "Legal era tudo o que precisava agora" pensou ajeitando o óculos que havia deslizado até a ponta do nariz, segurou firme a barra vertical e a cada parada percebia o interior do veículo esvaziando-se, ficando mais fácil até para respirar, notou um lugar vago e sentou-se sem atenção, teria que fazer todo o trajeto de volta pra casa, não se importava com o horário, da janela observava sem entusiasmo que já era noite e que as luzes da cidade já estavam acesas, não notou que seus olhos pesavam e caiu num sono exausto.





   Sentiu-lhe um cutucão de leve no braço, lentamente foi abrindo os olhos e percebeu que estava dormindo apoiada ao ombro de um estranho, com quem compartilhou o acento toda a viajem. - Perdão é que você dormia tão serena que me partiu o coração ter que acordá-la. - Quase não ouviu as palavras que foram ditas, só acompanhava o movimento dos lábios e encarava aquele rosto que lhe fez perder o discernimento, sentiu os livros escorregarem entre as coxas, caindo ressequidos ao chão, balançou a cabeça apertando os olhos, como se estivesse tentando recobrar a consciência, tentou recuperar os livros, mas as mãos do estranho foram mais ágeis que ela. - Não se preocupe, eu apanho pra você - Sem entender muito o que estava acontecendo permaneceu calada, algumas paletas de cores quentes escorregaram de um dos livros, segurando uma série de cores que partia do vermelho a claros tons de laranja e amarelo. - Vermelho sempre foi a minha cor preferida. - Esboçando um sorriso de canto de boca, galanteador, ouviu-se o sinal que avisava que aquele era o seu ponte de chegada, ergueu a cabeça e reconheceu a rua, desceu apressado antes que o ônibus partisse, tudo aconteceu muito rápido, o ônibus já estava fechando as portas quando ela percebeu que estava em posse apenas de sua bolsa. - Motorista por favor, vou descer. - Descendo correndo para tentar acompanhar o estranho que já se afastara alguns metros.

- Ei, espera, espera por favor! moço os meus livr... - Notou que um par de olhos negros, intensos, lhe encarava com um sorriso em arco, desajeitado, caminhou em sua direção e ao se aproximar estendeu-lhe o braço entregando-lhe os objetos. - Mil perdões, como eu sou distraído, não queria lhe causar todo esse transtorno, perdoe o meu descuido. - É... - Sorriu completamente vermelha - Não precisa se desculpar, eu que deixei eles caírem primeiro não é verdade? - Deixe-me ao menos lhe pagar um café, uma água, um suco o que preferir, pra me redimir, pra que eu possa me sentir melhor, irei me sentir muito mal se ouvir um não em resposta. - Ela consentiu com a cabeça.

   Eles caminharam até um pub e já acomodados fizeram seus pedidos; sem jeito e olhando para  as mãos na mesa e os dedos manchados com vários tons de tinta, ela tentava conter o nervosismo por estar sentada com um homem estranho numa mesa de bar.
- Não nos apresentamos, Raphael Novaes. - Estendeu-lhe a mão. - Arquiteto e bom ouvinte. - Ela respondeu ao cumprimento com um pouco de entusiasmo aparente. - Liz Martins, estudante de artes.
- Presumo que sim. - Indicando os livros com um aceno de cabeça. -Você dormia muito tranquila, tentei não me mexer muito pra não acordá-la.
- Isso nunca acontece. - Falou desviando o olhar para baixo. - Eu fui empurrada para o ônibus errado, por acaso...
- Então considero esse acaso o meu dia de sorte, porque tudo estava dando errado hoje, o pneu do meu carro furou, estava sem estepe, meu celular descarregou, não dava pra solicitar um táxi, até que aquele ônibus apareceu e trouxe você com ele, foi a minha salvação, não consigo me sentir furioso mais. 



   Conversaram por longos minutos, Liz mais ouviu do que falou, até serem interrompidos com a chegada das bebidas, ao lado de Raphael o garçom serviu um dry Martini, ao lado dela foi repousado um copo longo acinturado com uma bebida branca, feito com rum, leite de coco e suco de abacaxi, uma rodela da fruta enfeitava o copo ao lado de uma sombrinha.
- Que drink é esse?
Liz que acabara de tomar um longo gole da bebida respondeu em seguida. - Pina colada, quer provar? 
- Posso?
Ela estendeu o copo em sua direção empurrando lentamente com os polegares sobre a mesa, Raphael inclinou o corpo levantando sua cabeça, segurando pelo queixo e beijou sua boca de forma suave, invadindo com sua língua, saboreando cada ingrediente daquela bebida, Liz correspondeu ao beijo, surpresa olhou em seus olhos enquanto ele se afastava e antes que estivesse fora do seu alcance, retribuiu a primeira investida beijando-o novamente.

                                                                           * * *

    A porta do apartamento foi aberta num lampejo. Raphael trazia Liz abraçado em seu corpo como se fossem única pessoa, com um dos braços ele afastou algumas maquetes, colocando Liz sentada sobre o balcão onde as maquetes estavam, muito excitados livraram-se das roupas facilmente, Raphael espalmou suas mãos por baixo dos braços de Liz de forma que seus polegares brincavam com os mamilos dela, enquanto passeava a língua no céu da sua boca, num beijo apaixonado, desceu lambendo seu pescoço pela linha da garganta, suas mãos preenchidas com os seios dela, onde revesou beijos molhados, sugando-os com sagacidade, com dois dedos dentro dela ouviu-a gemer em reflexo, deixando-os um nível acima da excitação que estavam, seus dedos deslizaram, esse era o sinal que precisava , a resposta de que estava pronta pra invadi-la, para ser inteiramente dele.
    Ajeitando-se entre suas pernas Raphael possuiu Liz pela primeira vez, que gemia contida a cada vez que sentia ele lhe invadir em movimentos bruscos, profundos, deliciando-se com o prazer do corpo daquele homem, para ele a única preocupação era satisfazer à gosto aquele anjo que acabara de conhecer, com ela ainda atrelado ao seu corpo, caminhou em direção ao quarto, deitando por cima dela na cama, assim teve uma visão ampla do seu corpo, sentiram-se mais confortáveis.

   O  calor que sentia expelia o suor que escorria pelo seu corpo, Liz mostrava-se assedentada por ele, que ávido não queria fazê-la esperar, virando seu corpo de forma brusca levantou suas pernas ao mesmo tempo, penetrando profundamente, rápido, gemendo de forma selvagem, Liz gemia baixinho, seus gemidos eram cortados pelas investidas do rapaz, até não aguentar de tanto tesão, encarou-o sem decoro e seu rosto revelou o ponto mais alto de excitação e prazer, acentuou-lhe o vermelho dos lábios, mordendo com muito furor, abriu a boca delicadamente, deixando escapar todo o ar preso em seus pulmões. Ele não conseguiu segurar, aumentando as investidas, enfurecido de desejo, gozando logo em seguida, ainda olhando diretamente nos olhos que lhe encarava, suas pernas tremeram, sentiu-se nocauteado;
- Não posso está sonhando, não pode ser um sonho. - Deitou-se ao lado dela na cama, puxando-a para próximo de sí, aconchegando em seu peito, os dois numa respiração frenética, tentavam encontrar o equilíbrio de uma respiração tranquila, Raphael deslizava o polegar nos lábios carmim de Liz até que pegaram num sono profundo.

   Já era dia, Liz já estava de pé, venerando o sono dele, encantada, inclinou-se ajeitou uma mecha do seu cabelo e beijou-lhe a testa, fechou a porta com cuidado, não queria acordá-lo e foi embora.



Nota do autor: Gente, como o primeiro texto foi escrito por brincadeira e ao ouvir os comentários de alguns de vocês e alguns questionamentos sobre o comportamento das personagens eu me senti na obrigação de esclarecer algumas coisas, por conta disso os textos não foram postados em ordem cronológica dos acontecimentos, então resolvi numerá-los para que vocês possam acompanhar e entender melhor a história, por que não tinha a mínima ideia de que ele iria render tanto assim, obrigada pela visita, espero ter apreciado a leitura, deixe o seu comentário! xoxo até breve!





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